sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Review: MegaMan Powered Up (PSP)

Review: MegaMan Powered Up (2006, PlayStation Portable)

A série MegaMan sempre foi uma serie que me faz lembrar que não é só por que um jogo é recheado de quebras cabeças, labirintos, gráficos mega surpreendentes e um enredo de cair o queixo que ele pode superar a simplicidade de um jogo ao estilo “jump and shoot” (definição pular e ativar criado por mim para descrever como vejo a série MegaMan e jogos no mesmo estilo). Seja dita a verdade, não são raros os momentos em que você quer um jogo simples sem ter que ficar quebrando a cabeça ou gastando centenas de horas para evoluir seus personagens para concluir o jogo (sim, isso foi uma indireta para os jogadores de RPG, que assim como eu também procuram um “momento de descanso”).

E é a partir dessa simplicidade e divertimento que os jogos da série MegaMan, que trazem o carismático robô azul para nossos lares, foram adquirindo um sucesso cada vez maior entre nós gamers, tanto os “hardcores” (como por exemplo os jogadores de RPGs que gastam centenas de horas em um jogo, como no exemplo citado a cima) ou os jogadores “casuais”, que jogam de vez em quando somente em busca de um pouco de divertimento ou um passatempo rápido sem ter aquilo como um compromisso, e é este o sentimento que Powered Up nos trás de volta em relação aos jogos da série, sentimento que estava sendo esquecido graças aos títulos da série voltado mais ao estilo RPG (como por exemplo os jogos da série Legends, Battle Network, Star Force...)

Powered Up é um remake do jogo onde tudo começou (Megaman I, lançado em 1987 para NES). Por se tratar de um remake, os jogadores não esperam nada mais do que o mesmo nível do jogo (em relação a qualidade), só que com tudo melhorado, novos gráficos ou alguns extras e melhorias na jogabilidade... E felizmente este papel o jogo cumpre com louvor.

O enredo do jogo é a manjada e a já conhecida história de Dr. Light e Dr. Wily que eram amigos e trabalhavam juntos em meados do ano 20XX, até que um dia Wily se revolta e transforma os robôs construídos junto com Dr. Light, que serviam ao bem da humanidade para o oposto disso, os fazendo maus a ponto de cumprir as ambições de Dr. Wily de dominar e trazer caos ao mundo. Ao se ver sem robôs para proteger o mundo, nosso robô azul entra em circulação quando um menino ajudante do Dr. Light se dispõe a ajudar o mundo e acabar com a tirania de Dr. Wily e sua frota de robôs do mal!

Os gráficos foram refeitos e reestilizados para um estilo “SD” (abreviação de Super Deformed, onde os personagen tem um corpo totalmente desproporcional em relação ao tamanho da cabeça que é absurdamente grande). O estilo não se concentra apenas nos personagens, os cenários e inimigos são totalmente coloridos com cores bem chamativas e claras, tiros e explosões também foram alterados, deixando tudo em sincronia. O estilo também afeta a personalidade dos personagens e os diálogos podem chegar a ser irritantes para marmanjos que querem relembrar os velhos tempos em que jogavam MegaMan I. O maior exemplo de “doçura” dos personagens é passado através do nosso protagonista, que ao termino de uma batalha contra um robô inimigo não o destrói! Ao invés disso ele mostra compaixão e pergunta se esta tudo bem, o levando de volta para sua casa para ser arrumado por seu criador (Dr. Light). O “novo” estilo do jogo pode ter decepcionado alguns fãs, agradado outros e até pode ter feito a série ficar mais popular (principalmente para os pais que compram video games para seus filhos e levam esta parte muito em consideração). Mas se por um lado o jogo parece ser um título infantil e sem graça, por outro ele é totalmente maduro e complicado...

A dificuldade do jogo se manteve como a do original, extremamente complicada com centenas de abismos ou espinhos prontos para acabar com suas vidas num piscar de olhos. As fases, apesar da nova roupagem, continuam como as do jogo original; inimigos posicionados estrategicamente para te “empurrar” para alguma armadilha mortal , que não são poucas, o que acaba até te deixando um pouco frustrado e sem vontade de jogar após inúmeras tentativas sem sucesso. Mas nem tudo esta perdido, para os sem paciência e os que não procuram um desafio maior, o jogo inteiro foi dividido em três dificuldades: Easy, que é a mais fácil e mais relaxante do jogo, onde para te auxiliar, os mapas vem com alguns inibidores de armadilhas, como algumas “caixas” que te fazem passar com mais tranqüilidade e não ser derrubado tão facilmente por inimigos, inimigos estes que além de atirar com menos freqüência, são mais lerdos e alguns nem sequer se mechem. Por pior que pareça, isso não deixa o jogo fácil de mais, pois algumas telas são tão complicadas que até neste modo você tem certo problema em passar. Já o modo Normal é um modo onde você percorre o mapa do modo como ele deve ser, sem caixas de ajuda, inimigos se movimentando e atirando com normalidade bem mais complicado... Mas o ápice da dificuldade vem com o modo Hard, onde a fase inteira entra em complô para tirar sarro da sua cara e estragar seu dia de diversão. Neste modo, tudo é mais complicado; os inimigos e mestres atiram mais rápido, se movem mais rápido, tem mais variadade de movimentos, as armadilhas das fases aparecem com muito mais frequência e não perdem a oportunidade de te derrubar entre uma plataforma e outra. Enfim, um modo totalmente não recomendado para quem quer apenas se divertir descompromissadamente.

O som do jogo também merece destaque. Enquanto os pulos, tiros, dashs foram apenas “remasterizados” da versão original, a dublagem dos personagens foi adicionada, levando bem mais personalidade e até mais carisma para os robôs cabeçudos. Robôs estes que por sua vez aparecem em maior número, pois nesta versão foram adicionados mais dois novos chefes à lista de inimigos prontos para te enfrentar. São eles OilMan, que tem o ataque especial que te prende em uma gosma em um lugar fixo, fazendo você tomar uma quantidade elevada de dano a cada armadilha que você cai. O outro robô foi TimeMan que ataca dardos em forma de ponteiros de relógio, além de poder alterar a velocidade do tempo, o que pode lhe trazer sérios problemas.

Além da novidade na adição de dois novos inimigos, o jogo ainda trás um modo Challenge, com um total de cem “subquests” que ao serem completadas lhe dão o direito de jogar com ProtoMan. E não é só este personagem que está disponível para gameplay (a maior supreesa do jogo se concentra nisso): ao derrotar alguns mestres, você pode jogar todas as missões novamente, só que controlando os próprios chefes que foram derrotados! São seis robôs jogáveis (com exceção de MegaMan), cada um com suas características únicas, e se você pensa que acabou esta enganado! Além da quantidade relativamente gigantesca de personagens jogáveis, a Capcom deu aos fãs da série um presente, trazendo um DLC com personagem Roll!

Para fechar o jogo sem deixar nenhum defeito, as numerosas doze fases (que se multiplicam em 36 com cada personagem e em 468 se jogadas com todos os peronagens) o jogo ainda trás um modo de criação de fases que podem ser colocadas para download junto com outras milhares já disponíveis através da rede.

Se este não for o melhor jogo da série já lançado até hoje, provavelmente é o mais completo de toda a série em plataforma.

Avaliação:

Gráficos: 10
Jogabilidade:
10
Som:
10
Diversão: 9,5
Replay: 10
Enredo: 8

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Nota Final: 9,5
-


Comentário Final: Se você tem um PSP, pense sériamente em adquirir este game, pois com certeza ele é um dos melhores do portátil.

Pontos Fortes: Fator replay altíssimo

Pontos Fracos: Para alguns os gráficos no estilo “SD” pode atrapalhar um pouco (na minha opinião não é um defeito, mas pode ter decepcionado alguns fãs ao redor do mundo)

Video:

3 comentários:

Matt Harrison disse...

Gostei abstante do texto. Apresentou vários aspectos do jogo bem detalhadamente, parece análise profissional. Parabéns :)

O jogo parece ser realmente muito bom. Bem que podiam lançar uma versão pra DS também :/

Godiles disse...

pois é...acho que esse jogo tem bem mais a "cara" do ds do que do psp...

Matt Harrison disse...

É exatamente o que eu penso xD

Mas tenho certeza de que se tivesse sido lançado para o DS, iam falar que o jogo tme esse visual só porque é console da Nintendo, e é pra criança. :x