quarta-feira, 7 de abril de 2010

Review: Dragonology (NDS)

Review: Dragonology (2009, Nintendo DS)


Uma coisa que tenho percebido ao longo dos meus anos como gamer é que são pouquíssimos os jogadores que dão valor para os jogos "B" (ou assim como nos filmes, o jogo de baixo orçamento) e muito menos os "C" (que além de baixo orçamento não possui nenhuma divulgação e nenhum grande produtor, as vezes produzidos em "empresas" com o tamanho de um quarto). E o mais incrível é que temos jogos muito bons, muito mesmo, escondidos. Um exemplo disto é o Nintendo DS que tem quase cinco mil títulos (que retirando os jogos de "animais" - "Me and my Poney" por exemplo, temos quase dois mil e quinhentos jogos "jogáveis", sendo que dois mil destes são desconhecidos pelo publico em geral).

Dito isto vou falar de um jogo considerado "C" em minha opinião: "Dragonology", um jogo que saiu em 2009 para DS e Wii e que provavelmente nem 5% dos gamers que possuem o console chegaram a jogá-lo. Mas como gosto de jogar algo alternativo de vez em quando e ainda mais um jogo sobre dragões baseado em uma série de sucesso de livros infantis sobre o assunto. Peguei o jogo sem compromisso para passar por alguma boas ou péssimas horas.

O enredo do jogo é extremamente simples, o que é conveniente pois estamos falando de um jogo direcionado para crianças de até oito anos. Você entra no papel de um arqueólogo jovem sedento por aventuras e relíquias vindas de dragões, o problema é que durante suas explorações alguns dragões de verdade começam a aparecer e te atacar! E além dos dragões te atacando ao longo da sua jornada para escavar os “restos mortais” das criaturas, existem também os animais selvagens (como ursos, tigres, águias...) e condições térmicas que podem te causar uma grande quantidade de dano e te levar facilmente ao game over. Um enredo simples mas agradável e divertido para muitos.

Os gráficos são aceitáveis, algumas partes são bem interessantes (como os diversos tipos de dragões que possuem estilos e colorações diferentes dependendo de cada região; Por exemplo um dragão do norte terá uma coloração mais azulada – demonstrando a neve – enquanto um dragão do sul vai apresentar cores em um tom de verde e vermelho – florestas e o calor -).

Na parte do mapa – exploração/dungeons – o gráfico também colabora bastante, tendo o mesmo nível dos dragões – no sul vamos ter florestas e um clima mais seco, enquanto no norte teremos neve - , a localidade alem de influir nos tipos de dragão, também influi nos inimigos encontrados aleatoriamente, que vão variar entre tigres e ursos polares –citando mais um vez o exemplo do sul e norte -. Os gráficos do personagens que possuem apenas uma “skin” são simples e pouco explorados, um ponto negativo para a parte visual do jogo.

A cidade também é bem feita e vemos o gráfico com uma visão “meio” panorâmica (como no modo de escolher as fases de “Donkey Kong” e/ou “Super Mario Bros”). Ao escolher o local para onde quer visitar você é direcionado para a parte escolhida, que podem ser: Um museu (que mostra tudo o que você “escavou”, itens raros encontrados durante suas explorações, detalhes dos dragões vistos e capturados); Uma “vendinha” onde compramos os equipamentos fundamentais durante as explorações (como comida para distrair os animais aleatórios, gaiolas para os dragões, câmeras fotográficas...) e uma loja de alquimia, onde você mistura alguns ingredientes encontrados nos mapas para formar poções para recuperar o HP ou até para sobreviver em certas áreas geladas, e tudo é comprado através da moeda corrente no jogo, os diamantes e pedras preciosas que são facilmente encontratos por todos os mapas (tanto de exploração como na própria cidade, e até mesmo dentro das lojas em raras ocasiões).

A jogabilidade mesmo simples funciona muito bem, voce pode mover seu personagem tanto pelas setas quanto pela Stylus, o que se repete na maioria das funções.

O jogo gira em torno de “mini games”, por exemplo: Para retirar vestígios de uma pegada você seleciona a pegada na dungeon (que vai aparecer nitidamente junto com as outras pistas) e automaticamente você vai para uma tela onde terá que modelar a pegada com um molde comprado na loja. Para explorar o detalhe de uma garra, por exemplo, é usado uma lupa guiada pela stylus e desviando de pequenos insetos e flores se consegue a identificação, e assim o jogo vai seguindo até o aparecimento do dragão da respectiva área em que se esta jogando.

Ao encontrar com o dragão você será novamente direcionado para uma tela onde uma pequena “cutscene” do dragão ira aparecer revelando não só quem esta te atacando como o nome do sujeito. Após a cena o jogo te direciona para mais uma tela de minigame, desta vez para a captura ou defesa do dragão. Estes minigames variam desde uma roleta – onde a sorte manda e escolhas “sábias” terão de ser tomadas para o tempo não acabar – até um teclado musical onde o objetivo é acertar as notas na ordem correta em que o jogo lhe indicar. Todos os minigames são simples e na maioria das vezes fáceis, mais uma vez cumprindo com sua obrigação de jogo direcionado para crianças.

O som do jogo não é nada grandioso mas também não chega a ser ruim. Como a diversidade de personagens, lugares e “inimigos” é relativamente baixa e as dublagens são pouco utilizadas, o som disponível já é suficiente, talvez os efeitos sonoros que mereçam maior destaque são os “rugidos” dos dragões que levariam muitas crianças a loucura!

O ultimo ponto de destaque que merece ser citado é o museu da cidade, onde é possível visualizar a qualquer instante (em que seu personagem se encontra na cidade) todos os colecionáveis adquiridos durante as missões - alem das já citadas informações dos dragões. E para os marmanjos, o jogo ainda mostra a porcentagem total de status concluído (um ótimo incentivo para os “platinadores” de jogos)

Dragonology é uma boa opção para passar algumas horas se divertindo principalmente acompanhado daquele seu sobrinho pequeno ou quem sabe até de seu filho, um bom relaxante que pode ser desfrutado após algumas partidas frustrantes de um jogo mais hardcore. Toda a diversão envolvida em um jogo com uma simplicidade que um jogo infantil deve ter.



Avaliação:
Gráficos: 5
Jogabilidade: 9
Som: 6
Diversão: 8
Replay: 7
Enredo: 4
-
Nota final: 6,5
-
Comentário final: Nota bem basica mas para um jogo infantil e principalmente para um jogo "C" a nota está aceitável, recomendo para a molecada de 8 anos que não está lendo este post!


Pontos fortes: Diversão muito grande para o público infantil, ideal para pais jogarem com seus filhos, ou tios com os sobrinhos, avós com netos...

Pontos fracos: Talvez o ponto fraco é ser um jogo tão infantil que vai tirar muito marmanjo do sério, mesmo cumprindo seu objetivo a limitação gráfica e a limitação do enredo atrapalham os mais "hardcore"

Vídeo:

Um comentário:

Matt Harrison disse...

Boa review, é muito bom lermos review de jogos "B" (ou até mesmo "C") às vezes, pois como você mesmo disse, o DS tem muitas pérolas escondidas no mar de lançamentos que atinge o console todos os dias.

Apesar do jogo não me chamar muita a atenção, creio que deva cumprir bem seu papel como jogo infantil.

Já o livro homônimo, por outro lado... *-*