Hey pessoal! Tudo certo com vocês?
Primeiramente peço desculpas por não ter postado muita coisa recentemente. Meu horário de serviço mudou, e a organização do meu tempo ainda está uma bagunça.
De qualquer forma, venho trazer o tão prometido especial, que há muito eu pretendia trazer. Após mudar de idéia sobre o tema, decidi postar sobre um assunto que é bem interessante. Sem mais delongas, vamos lá:
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Especial: Video Games VS. Religião
Tive a idéia de fazer uma coluna sobre este tema durante o feriado de Páscoa. Vou explicar o porquê.
Neste feriado prolongado que passou, viajei com minha família para uma chácara, para comemorar a Páscoa. E sabem como é, feriado, parentes, crianças... Como todo bom gamer, não pude deixar de levar meu Nintendo DS, preparado para enfrentar as horas de tédio que prometiam seguir.
Um viva aos portáteis, que nos salvam em tantas viagens de família ou festa de parentes chatos!
Acontece que alguns parentes da minha família freqüentam uma dessas igrejas que pregam que video games, animes, mangás, desenhos e afins não são coisas cristãs. Por mais que

isso possa parecer um absurdo para alguns de nós, este tipo de condenação é muito comum no meio religioso.
Enfim, voltando à viagem, a soma de DS+Religiosos me causou umas situações um tanto quanto desconfortáveis.
Bastava me ver com o DS na mão, junto com meu recém adquirido Pokémon SoulSilver (que é muito bom, diga-se de passagem!) que uma das crianças passava e proclamava a frase que eu mais ouvi durante os quatro dias do feriado: "Pokémon não é de Jesus!"
Admito que até achei engraçado ouvir isso, ri por dentro nas primeiras cinco vezes. Mas nas quinhentas e sessenta vezes seguintes, isso começou a me causar um desconforto imenso, até que eu desisti e fui jogar Banco Imobiliário.
Deixando minha historinha de lado, quero parar com vocês para refletir um instante.
Primeiramente, não estou aqui para condenar a opção religiosa de ninguém, muito pelo contrário, respeito e muito qualquer que seja essa opção, sou contra preconceitos e acho que cada um tem o direito de acreditar no que bem entender, desde que seja feliz com isso. Porém, exijo que este respeito seja mútuo pois, assim como eu respeito a crença dos outros, quero que esses mesmos "outros" respeitem a minha.
Esta coluna não visa criticar de forma alguma a religião em si, pois eu mesmo nem sei ao certo qual é a religião que estes meus parentes seguem, mas sim mostrar minha indignação com o fato de eu ser obrigado a ouvir uma criança que não tem mais do que 5 anos de idade me dizer que Pokémon é coisa do capeta.

Em primeiro lugar, isto demonstra, indiscutivelmente, uma ignorância tremenda por parte dos pais. Sim, pois a criança não veio com essa idéia sozinha, até mesmo porque uma criança não tem nem a capacidade de diferenciar algo "de Deus" e algo "do Diabo". Esse conceito foi implementado na cabeça dela, provavelmente pelos pais. E quero deixar claro que não penso assim simplesmente por se tratar de Pokémon, mas digo pela cultura em geral, pois não é apenas "Pokémon" que é coisa do tinhoso, mas Zelda, Bakugan, Naruto (exemplos que eu ouvi durante a viagem), enfim, diversas outras coisas também são entendidas como diabólicas para estas pessoas.
Agora vamos parar e analisar: O que todos estes exemplos tem em comum?
Exatamente, os três são provenientes da cultura oriental, mais precisamente, da cultura japonesa.
Uma coisa que eu já percebi ao longo da minha vida como gamer, otaku e afins, é que a cultura japonesa é vista pelas pessoas como, na melhor das classificações, "coisa de outro mundo" ou "coisa de doido". E é aí que vemos o incrível preconceito que as pessoas têm com tudo e todos que possuem uma visão de mundo diferente da sua.
Obviamente, a cultura japonesa é infinitamente diferente da nossa, o que causa estranheza em muitos. Até aí nenhum problema, mas as complicações começam a aparecer quando as pessoas tratam essa cultura diferente como algo errado ou "do capeta", como na situação citada anteriormente.
Sinceramente, isso não demonstra nada além de ignorância e preconceito. Gostaria de entender o que faz estes religiosos fanáticos pensarem que eles são superiores a essas pessoas simplesmente por elas não terem o mesmo credo ou possuírem culturas completamente diferentes.
Religião é uma coisa muito boa, mas, assim como tudo na vida, nas medidas certas. Como nossas mães já cansaram de nos ensinar, "tudo que é demais faz mal", e com religião não é diferente. Assim como passar horas na frente da TV ou do vídeo game pode trazer problemas sérios aos seus olhos, fanatismo religioso pode trazer sérios problemas à sua mente. Você fica restrito a esse mundinho, com a mente fechada à culturas diferentes da sua.
E o problema se torna ainda mais grave quando falamos de uma criança, pois esta não é uma opção que ela fez, e quando ela se der conta de como isso é sem sentido (se um dia

ela chegar a se dar conta disso, claro), talvez já seja tarde demais. Sua infância toda já foi perdida, e enquanto seus colegas de escola jogavam video game, batiam figurinhas do novo álbum do "insira-nome-do-anime-comercial-do-momento-aqui" e conversavam sobre o último episódio da trigésima quarta temporada de Pokémon, ele simplesmente ficou de lado olhando e tentando entender por quê ele não pode gostar daquilo.
Voltando agora para a minha história, se você achava que a hipocrisia e a falta de noção haviam acabados, esqueça, pois tem mais.
Muito me surpreendeu o fato de um dos pivetinhos que abominavam Pokémon também ter um DS, mais precisamente um DSi. Como se não bastasse, enquanto jogava Kirby, após o outro garoto dizer que aquele jogo "não era de Jesus", ele retruca: "Esse é sim! Olha como ele é bonitinho!"
Exatamente. Como se não bastasse a hipocrisia em condenar algo apenas por ser diferente, exceções são abertas para as coisas que lhes agradam. Vai entender...
Enfim, a intenção dessa postagem não é fazer com que vocês religiosos que lerem isso abandonem totalmente a religião, longe disso, mas sim pelo menos fazer com que reflitam um pouco sobre esses atos.

Vale lembrar novamente que a cultura japonesa é totalmente diferente da nossa, não é baseada nos mesmos princípios, não possui a mesma culinária e principalmente, não partilha da mesma religião. Mas, apesar de tudo isso, não é superior e nem inferior à nossa, apenas diferente.
E como aprendemos na escola, não devemos condenar o outro simplesmente por ser diferente.
Aliás, não devemos nem condenar os outros, como a própria bíblia nos ensina!
Enfim, o post acabou não saindo tão grande como eu imaginava, mas tudo bem. Acho que me expressei bem sobre o tema.
De qualquer maneira, só queria partilhar essa opinião minha com vocês. Se concordam, descordam, querem elogiar o texto, compartilhar experiências, deixar um recado, pedir dinheiro emprestado, me xingar, enfim, comentem! A opinião de vocês é sempre bem vinda!
Na falta de imagens com mais relação com o tema, ilustrei o post com alguns artworks legais do remake de Final Fantasy III para DS, pois é um jogo que eu estou jogando bastante ultimamente. Enfim, pode não ter muito a ver, mas quem liga?
See ya!